História da Internet. Você tem noção de quão grande é a rede (internet)?
Você tem noção de como os dados chegam à sua casa?
Como que eles navegam pelo mundo?
Como é que Você está lendo este post?
Tudo isso é graças a uma grande rede de tamanho mundial chamada Internet.
Mas você sabe como tudo isso surgiu?
Tudo na vida tem o seu “Big Bang”
Tudo na vida tem o seu início e a Internet tem início na Comunicação Humana.
O ser humano nunca está satisfeito e sempre tenta inventar coisas novas. Você deve ter visto, anteriormente, em algum livro ou aula de história que o ser humano se comunicava, antigamente, por desenhos feitos na caverna. Essa era uma maneira de comunicação, mas era muito limitada, pois exigia que os seres humanos estivessem nessa caverna para verem essas mensagens.
Com a evolução disso surgiram as linguagens e os idiomas, mas mesmo assim, essa limitação física era muito grande. As pessoas para se comunicar deveriam estar no mesmo lugar.
Outra coisa que você já deve ter visto em desenhos animados ou até mesmo em uma aula de história, é a comunicação a distância, que surgiu basicamente com índios por sinais de fumaça.
A comunicação a distância deu um salto muito grande, quando Samuel Morse em 1835 criou o telégrafo.
O telégrafo era uma engenhoca para se comunicar à distância. Então ele conseguia mandar mensagens a quilômetros de distância.
É claro que essas mensagens não eram palavras e sim símbolos. Por isso, Samuel Morse também teve que criar o código Morse representado por linhas e pontos.
A evolução da comunicação teve outras pessoas muito importantes. Como por exemplo, Claude Shannon, pai da teoria da informação. Harry Nyquist criou muitas teorias para transmissão de dados e Ralph Hartley teve grande importância nessa área, ao criar os “osciladores”.
Ainda nessa época, um pouco antes da década de 1950… A Internet de fato começou em 1945, porque se os computadores não fossem criados, você não conseguiria ler este post.
O ENIAC; O 1º computador ficava na Universidade da Pensilvânia.
Os computadores eram equipamentos grandes e pesados.
Na imagem acima, você está vendo apenas o painel de entrada onde os programadores inseriam dados no computador. Esse computador não tinha monitores. Os dados eram exibidos em painéis luminosos. Esses computadores eram como as cavernas, ficavam em um lugar específico e para qualquer pessoa que precisasse utilizar os dados desse computador, deveria ter acesso a esse local. O principal motivo disso era o seu avantajado tamanho.
Com a evolução da informática em 1959, já existiam computadores menores, como o “IMB 1401”
A imagem acima mostra o computador completo. Com isso já era possível carregar essa máquina de um lado para o outro, mesmo que com alguma dificuldade. Porém, uma das principais invenções que permitiram a comunicação à distância surgiu em 1969 com a DARPA.
A DARPA era uma agência nacional de defesa criada pelo exército dos Estados Unidos para o desenvolvimento de tecnologias durante a Guerra Fria.
A Internet, rede mundial de computadores, surgiu a partir de pesquisas militares quando dois blocos politicamente antagônicos exerceram influência no mundo e qualquer inovação poderia contribuir nessa disputa liderada entre União Soviética e Estados Unidos.
O temor dos norte-americanos era receber um ataque russo contra as suas bases militares e com isso tornar público informações confidenciais, deixando assim, os EUA vulneráveis. Devido a esta possibilidade, foi necessário a descentralização das informações e para isso a criação de uma rede, caso o Pentágono fosse atingido.
Em 1969 ocorreu a primeira transmissão de e-mail
Na década de 70 as tensões entre EUA e a União Soviética diminuíram. Sem a iminência de um ataque, o governo norte americano permitiu que pesquisadores desenvolvessem nas respectivas universidades, estudos na área de defesa. Com o volume de universidades, a ARPANET (mãe da Internet), teve dificuldades para administrar o sistema.
A solução encontrada foi dividir em dois grandes grupos; MILNET (localidades militares) e ARPANET (localidade não militares).
A ideia era que os dados de computadores que estavam em bases militares fossem protegidos. Para isso a DARPA contava com o dinheiro do governo e com o conhecimento dos universitários.
Uma das universidades que mais auxiliou na criação dessa rede de dados foi a UCI, Universidade da Califórnia.
A primeira missão da DARPA era interligar esses quatro pontos que você está vendo no mapa. Com isso criaram uma rede chamada Arpanet, que interligava 4 computadores diferentes.
Quatro computadores completamente diferentes sem comunicação entre eles
SDS Sigmar7 na Universidade da Califórnia;
SDS 90 na Universidade de Stanford;
IBM 370 -75 no centro de matemática de Los Angeles;
Dec PDP na base militar de Utah;
A primeira tarefa foi criar um protocolo “idioma” único para que as quatro máquinas se comunicassem entre si.
Criou-se então o protocolo NCP, permitindo com isso que a tarefa fosse realizada.
Alguns protocolos são utilizados até hoje como por exemplo o FTP, para transmissão de arquivos e o DNS, para identificação de máquinas na rede.
O pesquisador Ray Tomlinson modificou alguns programas da época e criou um sistema para enviar mensagens eletrônicas e batizou essa tecnologia de e-mail.
Ele escolheu o caractere de @ (arroba) para separar o nome do usuário do nome do servidor.
Outra pessoa muito importante é Robert Kahn. Ele foi fundamental no momento em que o NCP, protocolo criado anteriormente, começou a dar problemas. A partir do momento em que muitas outras máquinas foram adicionadas, Robert Kahn tinha criado um novo protocolo chamado Transfer Control Protocol ou TCP.
Esse protocolo tratava os dados de uma maneira diferente, quebrando-os em pacotes.
Robert Kahn também foi responsável por um termo muito valioso: INTERNETTING. Ele era utilizado para representar redes, que se comunicavam entre si.
Esse termo mais tarde seria utilizado para a mudança do nome Arpanet para Internet.
O protocolo TCP fazia bem as transferências, mas não conseguia tratar a identificação das máquinas. Foi então que surgiu Vint Cerf, criando um protocolo muito importante; o Internetwork Protocol, ou IP. Com a junção das criações de Robert Kahn e Vint Cerf, criou-se o conjunto de protocolos mais famoso do mundo o TCP/IP.
Esse conjunto de protocolos permitiu um aumento assombroso do número de máquinas que faziam parte da rede.
Você viu que no início da história da Arpanet, a rede era pequena com apenas 4 pontos.
Em 1977 o tamanho da rede já era absurdo e o TCP/IP deu conta do recado.
No momento em que a rede começou a ficar caótica, o Governo e os militares não quiseram mais administrá-la, surge então o nome Internet.
E a Internet hoje, é mais do que isso que você está vendo na tela.
Em 2004, a rede já estava com esse panorama.
Você deve estar se perguntando? Como essas linhas são representadas na comunicação de dados?
A resposta mais óbvia é por intermédio de sistemas de comunicação via satélite, porém, essas linhas que você está vendo são cabos. Sim, cabos submarinos.
1. Operários desenrolando parte dos cabos que serão submersos
2. Mergulhador fazendo manutenção em um dos cabos.
E é graças a toda essa tecnologia, que temos a Internet que é tão famosa hoje em dia.
A Internet surgiu de um invento na década de 1970 por conta da guerra para comunicar servidores que estavam em bases militares.
Hoje essa rede já não é mais militar. Todas as invenções, desde aquela época, foram muito importantes para que tivéssemos a Internet como a conhecemos hoje.
O início da linguagem para criação de conteúdo [HTML- linguagem de marcação de hipertexto]
Vamos voltar um pouco no tempo e chegar a 1980. Em 1980, o físico Tim Berners-Lee trabalhava no CERN (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear). Tim participava de um projeto chamado ENQUIRE. Esse projeto visava a criação de hipertextos.
Em 1990, Tim Berners-Lee aprendeu o conceito de hipertexto, que se refere a textos, imagens, sons, e qualquer tipo de conteúdo de multimídia. Nessa época Tim tinha todas as ideias, mas não sabia onde aplicá-las. Nesse momento entrou em contato com o conjunto de protocolos TCP/IP. Percebeu então, que o conteúdo multimídia poderia ser transmitido pela rede. Para isso, criou um novo protocolo, o HTTP (Protocolo de Transferência de Hipertextos). Junto com o HTTP, criou também uma linguagem para criação de conteúdo hipertexto (HTML). E não satisfeito, criou um conceito que é muito utilizado até hoje… A World Wide Web, o famoso www (Rede Mundial de Computadores), que engloba todos os servidores de conteúdo multimídia que utilizam o protocolo HTTP. Surge então o HTML.
Em 1990, a primeira versão era bastante simples e muito limitada.
1. Antes do protocolo e da linguagem, existiam tecnologias como por exemplo: o Gopher.
Essa interface, mostrada na figura acima, era a interface do Gopher. Tela preta, letra branca. As setas do teclado eram utilizadas na navegação entre as opções de um site que existia na época. Não existiam imagens, sons e multimídia, nada disso. O que tínhamos era exatamente isso que você está vendo. Você navegava com o teclado e acessava as áreas específicas do site.
Em 1990, como já mencionado no texto, Tim Berners Lee sugeriu o padrão para a construção de documentos com hipertexto.
Em 06 de agosto de 1991, surge o primeiro website. A imagem abaixo representa o primeiro website criado, que está online até hoje. Confira.
Já nessa época, eram necessários os navegadores para visualizar essas páginas.
2. Conteúdo de multimídia com textos, links e imagens
Em 1991 já existiam os navegadores, como por exemplo; o Midas, Viola e Selo. Em 1992 surgiu o navegador mais conhecido na época, o Mosaic. O Mosaic foi desenvolvido no NCSA localizado na universidade de Illinois. Ele tinha a capacidade de mostrar todo o conteúdo multimídia, com textos, links e imagens.
O Mosaic teve um sucesso muito grande por dois anos, até o momento em que os desenvolvedores do NCSA resolveram criar algo maior em 1994. Alguns programadores do NCSA saíram do órgão e fundaram a Netscape em 1994.
O Netscape foi a evolução do navegador Mosaic, criado dentro de uma universidade e desenvolvido por uma empresa.
Surgimento de outros navegadores na década de 1990
A década de 90 ainda presenciou o surgimento de vários outros navegadores, como por exemplo; o IBM Explorer, e o UDI WWW, que foi o primeiro navegador a suportar o HTML3.
Na mesma época surgiu a primeira versão do Internet Explorer Navegador da Microsoft, gerando assim, uma guerra com a Netscape.
Em 1996, 86% dos usuários utilizavam o Netscape no seus computadores. Com o lançamento de uma versão específica do Windows, com o Internet Explorer já instalado no Sistema Operacional da Microsoft, o processo se inverteu e em dois anos o Internet Explorer chegou a marca de quase 90% de presença nas máquinas dos usuários.
A Netscape processou a Microsoft dizendo que a empresa estava obrigando os seus usuários a utilizar o seu navegador. A justiça deu ganho de causa para a Netscape e a Microsoft foi obrigada a retirar a instalação automática do seu navegador. A porcentagem de uso do Internet Explorer diminuiu, fazendo com que a Netscape aumentasse sua participação no mercado de navegadores.
Isso não foi suficiente para que o Netscape reconquistasse toda a fama e vários usuários acabaram abandonando a ferramenta.
1. Surgimento do Mozilla
Em 1998, a situação da Netscape era grave. A empresa foi vendida para a American Online em 1999, mas o desenvolvimento do navegador estaria comprometido. Pensando nisso, os programadores da época do Mosaic e fundadores do Netscape, resolveram criar outra fundação; a Fundação Mozilla. Logo após, criaram um outro navegador; o Mozilla Firefox.
2. Surgimento do Google Chrome
Por quase 10 anos, o Firefox reinou absoluto se tornando um dos principais navegadores utilizados, porém, em 2008, uma outra empresa resolveu entrar no ramo; a Google. Lançou o seu navegador: Google Chrome.
Atualmente, os dois detém grande parcela do mercado, sendo que, o Google Chrome possui uma liderança folgada em relação ao Firefox.
Vamos voltar um pouco no tempo para 1990 e falar da primeira versão do HTML
A primeira versão, criada por Tim Berners-Lee e sua equipe, era bastante simples e tinha poucas funcionalidades, mas era muito útil, pois implementava o sistema de hipertexto bem atrativo. Essa primeira versão ficou ativa por 5 anos.
Em 1995 foi criada a segunda versão do HTML, que agora ficava a cargo de um grupo chamado HTML Working Group. Essa segunda versão ganhou cada vez mais adeptos e as empresas de construção de navegadores já começavam a auxiliar na criação da linguagem.
O grande problema desse auxílio das empresas de criação de navegadores era que, cada um queria criar as suas próprias tags específicas para uso no seu próprio navegador. Esse foi o grande problema que a versão 2 do HTML sofreu e por isso, ainda em 1995, foi proposta a versão 3 do HTML.
Só que desta vez, tudo seria controlado por um consórcio, chamado W3C ou World Web Consortium. Esse consórcio seria gerenciado pelo próprio Tim Berners-Lee e determinaria o padrão de criação de novas tecnologias. Essa versão 3 nem chegou a existir por muito tempo, pois em 1997 já foi proposta a versão 4. Essa sim ficou conhecida por muitos e muitos anos. E na verdade, muitos utilizam essa versão até hoje.
Uma pausa de curta duração no HTML para inicio do projeto XHTML
Em 2004 a W3C tomou uma decisão que deixou muita gente de cabelo em pé. Ela queria acabar com versão 4 da HTML e lançar uma nova versão com base na tecnologia XML, chamada Extensible HTML ou simplesmente XHTML.
Quando o W3C anunciou que a versão do HTML daria lugar a versão 1.0 do XHTML, as empresas de navegadores ficaram preocupadas. Sendo assim, a fundação Mozilla, o Ópera e a Apple, resolveram criar um novo grupo: o Whatwg. A função desse grupo era evoluir a linguagem HTML independente do que fosse decidido pela W3C.
Em 2007 o projeto do XHTML chegava a versão 2.0, porém, o grupo Whatwg já tinha desenvolvido uma nova proposta e resolveu apresentá-la ao grupo W3C. O projeto tinha alcançado êxito e o mais importante, tinha “retrocompatibilidade” com a versão 4 do HTML. Portanto, em 2007 o W3C descontinuou a criação do XHTML 2.0 e resolveu voltar a adotar a numeração antiga, anunciando a versão 5 do HTML.
A versão mais atual do HTML
Um ano depois foi publicado o primeiro “Workdraft” da versão 5 do HTML, chegando assim ao que conhecemos hoje.
Em 2013, a versão 5 do HTML já estava sendo utilizada por diversos sites. Uma das principais diferenças dessa versão é a separação total entre semântica, estilo e interatividade. Tudo o que é feito em HTML5 é semântico, ou seja, tem significado. Todas as formatações serão feitas por intermédio de outra tecnologia, o CSS, que está na versão 3, e a interatividade com as páginas é feita por intermédio de uma outra tecnologia, o Java Script.
Por isso a tecnologia do HTML não funciona sem a composição com CSS e JavaScript.
Para que serve o HTML? Para isso, precisamos entender como funciona a infraestrutura da Internet. Você vai entender como é que funciona um servidor e o que é um domínio. Como é que um site consegue sair de um servidor e chegar até a sua casa, e muito mais.
No próximo post o assunto será: “Como funciona a Internet”.
